A ESPN Brasil afastou seis jornalistas após a exibição de um programa especial sobre a atuação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), presidida por Ednaldo Rodrigues. A decisão ocorreu após o grupo discutir as denúncias feitas pela revista Piauí sobre o comportamento do presidente da CBF. O debate aconteceu no programa Linha de Passe, transmitido na segunda-feira (7).
A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Uol. Os jornalistas afastados, que incluem Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner, William Tavares e o produtor do programa, Dimas Coppede, devem retornar às suas funções nesta quinta-feira (10).
A principal razão para o afastamento foi a falta de informação antecipada sobre o conteúdo do programa, o que gerou desconforto entre os executivos da ESPN. Em consequência disso, a direção decidiu alterar a formação do Linha de Passe exibido na terça-feira, 8 de abril. Assim, o programa contou com a presença de André Pilhal, André Kfouri, Breiler Pires, Eugênio Leal e Leonardo Bertozzi.
A CBF se manifestou e negou envolver-se na decisão da ESPN. Em nota, a entidade esclareceu que não pressionou a emissora para que tomasse tal medida. Além disso, a Confederação reiterou seu respeito pela liberdade de imprensa e destacou que não interfere na linha editorial dos veículos de comunicação.
“Não procede. A CBF respeita a liberdade de imprensa com responsabilidade e não pede interferências de nenhum tipo na linha editorial de veículos de comunicação. Qualquer narrativa diferente desta é mentirosa e leviana”, afirmou a entidade.
O jornalista Gian Oddi também se pronunciou sobre o ocorrido. Em suas redes sociais, ele afirmou que seu retorno ao programa, previsto para quinta-feira, 10 de abril, só aconteceria porque ele tinha a certeza de que continuaria a ter liberdade para expressar suas opiniões, como sempre fez. Dessa forma, Oddi destacou que essa liberdade é fundamental para seu trabalho.
“Fala, pessoal. Estou gravando para falar sobre a matéria que saiu hoje no UOL e foi replicada em vários outros lugares, a respeito do Linha de Passe da última segunda-feira, 7 de abril. Eu e meus colegas voltamos ao programa na quinta-feira. Sinceramente, se eu vou voltar é porque sei que continuaremos a falar do jeito que sempre falamos, com a liberdade que sempre tive nesses mais de 15 anos contratados pelo Trajano. Essa liberdade é fundamental para o nosso trabalho. Se isso não fosse possível, eu não voltaria. Nem a ESPN, talvez nem o jornalismo esportivo, faria sentido para mim”, disse Oddi.
Ele também comentou a razão do afastamento, explicando que a direção da ESPN alegou que um programa como o exibido exigia que a emissora estivesse preparada para as possíveis consequências.
“Certos processos precisam ser seguidos, e alguns não foram, essa é a explicação que recebemos”, completou o jornalista.
Jornalista formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, com sólida atuação na cobertura esportiva mineira. Apaixonado por comunicação e pelo universo do esporte, possui experiência como comentarista, setorista, social media e redator, atuando tanto no futebol profissional quanto em clubes amadores. Entusiasta dedicado de tudo que envolve o jogo dentro das quatro linhas.
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